.: Em mim habita o avesso do mundo, do louco.. o insano. O ilógico dos fatos. A certeza do inexplicado. O avesso da dor, do riso, do prazer... O encontro, a despedida, o fogo, o silêncio das águas.
Sou feito mesmo assim... Um pouco de cada coisa. De pedaços, de inteiros, de cacos, de telhas. Dos dias que insistem em passar velozmente pela minha janela.
E é da minha janela que eu vejo a vida passar. O outono chegar. Os velhos sorrirem enquanto conversam nos portões de suas casas. As crianças brincando nas calçadas.
Vejo o cinza dos homens descoloridos, desbotados. Vejo a cobiça desejando o mal falado, se escondendo por trás de flores despedaçadas.
Vejo o santo e o profano de mãos dadas, passeando por uma rua qualquer, entre carros e avenidas, rindo da cara deslavada de homens barbados e bonecas de cera vestidas de seda.
Vejo o insano e o irreverente gargalhando de toda gente. Daqueles que julgam saber das flores, que pensam em classificar as cores, esquecendo dos amores e de suas dores.
Vejo o beijo roubado. O amor maltratado, que de tanto esquecido se faz desbotado e se dilui no reflexo que um dia foi projetado.
... E é dessa mesma janela que agora eu saio com meu pedaço de chita, com os pés descalços, descendo pela ladeira de paralelepipido daquelas de cidadezinhas do interior.
Eu corro atrás de um bloco de carnaval, de uma banda marcial, pra fazer o meu próprio festival. Nele todos são bem vindos. É pra toda gente que tem a cara da gente, ainda que diferente.
Venha, vamos celebrar a vida, brindar a felicidade, respeitar a diversidade, com muita dignidade, seja em qualquer idade, antes que fique tarde... e o dia acabe (Fernando Masanori) :.
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